RESUMO DO
LIVRO PEDAGOGIA DA AUTONOMIA
de Paulo Freire – Ed. Paz e Terra-São Paulo:2002
Paulo Freire levanta três teses fundamentais
nesse livro:
1ª- Não há docência sem discência.
2ª- Ensinar não é apenas transferir conhecimento.
3ª- Ensinar é uma opção especificamente humana.
Em relação a
primeira tese Paulo Freire argumenta que ninguém se educa sozinho. A relação
docente-discente é a base da existência humana, pois é a base da interação
social.
O professor
não importa se revolucionário ou tradicional, é um sujeito histórico social que
precisa descobrir-se como sujeito ético para realizar sua função pedagógica.
Para a conquista dessa eticidade Paulo Freire sugere a necessidade de
apropriação por parte dos professores de saberes capazes de contribuir para a
elaboração da autonomia profissional e pessoal capazes de favorecer uma “ética
universal do ser humano”.
Paulo Freire
condena os princípios rígidos do capitalismo e do neoliberalismo que impedem a
vivência plena dos potenciais humanos em favor do desenvolvimento apenas da
capacidade produtiva. Princípios que mantém os privilégios de uma classe em
detrimento dos direitos dos demais setores sociais. Os mecanismos opressivos da
educação capitalista só podem ser debelados pela reestruturação dialética da
escola e da sociedade.
A construção
da autonomia do educador para a construção e objetivação de uma pratica
pedagógica mais libertária passa pela indispensabilidade de reintegração entre
o saber-fazer e a dimensão política
da educação (suas finalidades e consequências).
A dimensão
técnica saber e saber fazer exige domínio sobre os
metodologias, as teorias da aprendizagem, o conteúdo especifico a ser trabalhado, a competência
para pesquisar e construir o conhecimento.
A dimensão
política da prática docente exige criticidade, reconhecimento e
valorização do ser humano como ser histórico e social,
reflexão critica sobre a pratica e sobre as finalidades da educação(ensinar): O
QUE? PARA QUEM? POR QUÊ?
A segunda
tese corrobora a certeza de que a relação docente e discente são complementares
na definição do que é “ ser humano, pois insiste que ensinar não é transmitir
conhecimento, mas construir valores, conhecimentos e atitudes que pautam a
vida das pessoas. A educação bancária,
que se limita a depositar no transmitir para o aluno uma série inócua de
informações é um desserviço às massas desfavorecidas.
Ela nega a realidade como desafio e problema
que todo ser humano precisa enfrentar. Ela nega a dialogicidade (comunicação e
interação dialética entre o docente e o discente, a vivencia e o conhecimento,
a teoria e a prática. Sem a dialogicidade não pode ocorrer o crescimento, o
salto qualitativo que transforma a profissão docente em compromisso ético com a
educação; que redimensiona reter informações como uma estratégia de
enfrentamento dos problemas que nos cerca.
Ensinar é
mais do que transmitir conhecimento porque é um processo profundo, dinâmico e
dialético, no qual a dimensão de identidade cultural e histórico social mergulha
na formação do que é subjetivo. Por isso
educar não é simples transferência de conhecimento, mas também conscientização,
compartilhamento, direcionamento sócio político do individual e do coletivo.
Por fim,
Freire destaca que ensinar é uma opção e habilidade exclusivamente humanas
porque educar assim como para viver, é indispensável a consciência de o ser
humano é inacabado porque “ A historia em que me faço com os outros com os
outros (...) é um Tempo de possibilidades e não de determinismo” (Freire, 2002,
p.58).
A compreensão de que somos, portanto sujeitos
históricos sociais não pode conduzir a inferência de que o real não pode ser
mudado. A crença no inacabamento do homem e a compreensão criticam de certa
determinação histórica social precisa, precisam isto sim, levar a um
compromisso ético de que é possível superar os limites e as desigualdades que
oprimem e reprimem a humanidade.
Por tudo
isso Paulo freire argumenta que “especificidade
humana do ensino, a combinação ética e política contribui “reinventando o ser
humano na aprendizagem da sua autonomia”(p.105). Educar emerge com
possibilidade de libertar-se num movimento coletivo, num movimento no qual se
promove, a coerência entre a teoria e a pratica.